Cantor(a), Estados Unidos
Meu crescimento parou aos dois anos de idade. Quando eles falam sobre Axl ser um garoto de dois anos que berra, eles estão certos.
Os antigos membros da banda fizeram de tudo para que eu não estivesse aqui. Que se fodam.
Eu sei que é uma relação de amor e ódio. Existem pessoas que são grandes fãs e outras que realmente me odeiam.
'One in a Milion' era um meio de expressar minha raiva e o quanto vulnerável me senti em certas situações que ocorreram em minha vida.
Não estou dizendo que não vou pegar AIDS porque há uma boa chance que todos nós peguemos! Quem sabe? Mas a verdade é que você tem de prestar atenção a tudo. Se você vai sair para meter o pau em qualquer coisa, saber quem está comendo quem, descubra!
Se você está lidando com assuntos que te deixam totalmente deprimido, como expressar isso? Num momento, tudo que você consegue pensar é que a vida é uma merda. Depois você se acalma e consegue ver que a vida é uma merda só que de uma forma bonita.
Vivi em um quarto escuro por dois anos. Tudo era negro - as paredes, o chão , as cortinas... Durante esse tempo, procurei fazer com que minha mente procurasse respostas, pois não havia razão para continuar vivendo.
Algumas vezes escrevo ótimas canções e penso: 'Uau! Isso é melhor que Led Zeppelin'. Aí vou para casa, coloco um disco e descubro: 'Merda! Era mesmo Led Zeppelin'.
Eu sou um cara sensível e emocional. As coisas me aborrecem rapidamente, fazem-me sentir um cara sem função ou alheio às pessoas, à banda e às coisas da vida. Daí eu fui parar numa clínica para tentar mudar minha maneira de ser. A única coisa que fiz foi responder a um teste de 500 perguntas e ao final deram meu diagnóstico: maníaco-depressivo.
Algumas bandas se envergonham da honestidade e da dor que sai de suas músicas, especialmente aquelas que lidam com suas relações amorosas. Macho não fica machucado.
Eu pessoalmente amo nossas músicas. O principal dessa história toda é que, se fosse tudo terminar amanhã, aí pelo menos eu as tenho gravadas numa fita. Eu não estou escrevendo-as para você, não estou escrevendo para alguém que me ouça. Estou fazendo isso por mim.
Eu sempre quis ter escrito no meu testamento que, quando eu morresse, o caixão aparecesse uma hora e meia atrasado, e escrito na lateral, em dourado, 'Desculpe pelo Atraso'.
Eu poderia me sacrificar no altar do rock. Seria fácil morrer assim.
Apresentar-se em shows é um trabalho estranho. O trabalho para ser tão atlético é intenso. Poxa, toda noite você quer sair e pular de seu carro? E ter de fazer isso? Acaba sendo seu emprego. Isso não tira a sinceridade e honestidade, mas é um emprego. Às vezes gostaria de fazer outra coisa.
Vou embora daqui antes que eu faça alguém dormir.
A próxima coisa que eu fizer terá uma virada que ninguém espera, e mostrará meu crescimento. Não quero mais ser o cara de vinte e três anos que eu era. Não quero mais ser aquela pessoa.
Fui infernal com as mulheres da minha vida e elas foram infernais comigo.
Eu me lembro quando eu estava no colegial e eles falavam em alcançar uma meta - 'É, eu vou fazer isso, vou fazer aquilo' - todos só tentando impressionar a professora pra ganhar uma boa nota. Se eles tirassem uma boa nota, eles ganhavam uma pensão. Eu era, tipo: 'Não. Eu quero estar numa banda e eu quero fazer coisas ótimas'. Então eu tirei um F por abusar de pensamentos grandiosos.
Tento acertar as coisas fazendo um bom show e explicando o máximo que posso sobre o que vai na minha cabeça e porque não estávamos em cena... Se eu não ligasse a mínima, iria lá e faria um show vagabundo. Mas eu me importo mesmo, e também ligo bastante pra mim, para não fazer isso.
Slash consegue beber e conversar numa boa. Eu, se estou bêbado, acabo expulsando todo mundo de minha casa. Não posso cair de boca porque reajo de maneira diferente.
Ouvi boatos de que eu tentei cometer suicídio porque meu teste de aids foi positivo. Ouvi todo tipo de coisa, que nós todos temos aids. Fui testado e estou limpo. Fodam-se os boatos.
A maior coisa que pinta em Los Angeles são as histórias sobre a sorte das bandas. É tudo uma grande merda. Eu já vivi isso e sei o que é viver na rua por cinco anos. Eu nunca vivi num único lugar por mais de dois meses e sempre morando na casa dos outros. Meus pais me falavam: 'Venha para casa, fique connosco que nós pagaremos uma faculdade para você.' Não, eu tenho que cantar agora.
A igreja que eu frequentava estava sempre lotada de hipócritas cretinos que abusavam e molestavam crianças. Eram essas pessoas que estavam encontrando Deus?
Não estou dizendo que sou contra ou a favor do álcool, mas ele acaba com minha garganta. Isso é tudo.
Vocês vão fazer algo contra isso? Se não vão, eu vou.
Antes de a gente começar a tocar, quero dizer que estou de saco cheio de todo esse fuxico sobre nossa canção 'One In A Million'. Não sou um racista filho da puta... E não me comparem com pessoas que estão mortas há doze anos. É assim que eu vejo. Se vocês não gostarem não ouçam. É bem fácil.
Em um mundo que não foi ele quem fez, ele segue por esse mundo como se fosse sua própria criação. Eu não sei o que essa coisa é mas isto é estranho e é zoado e isto chama a si mesmo Slash.
Se eu não tivesse conhecido as letras de Freddie Mercury quando era garoto, não sei onde eu estaria hoje. Foi ele quem me ensinou sobre todas as formas de música, e abriu a minha mente. Nunca houve um maior professor em minha vida.
Eles não gostam quando ficam sabendo que eles não são meus donos. As vezes nem eu sou dono de mim mesmo.