Pintor(a), México
Para que preciso de pés quando tenho asas para voar?
Meu pai foi para mim um grande exemplo de ternura, de trabalho... E acima de tudo de compreensão de todos os meus problemas.
Amuralhar o próprio sofrimento é arriscar que ele te devore desde o interior.
Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor.
Bebo para afogar as mágoas. Mas as danadas aprenderam a nadar.
Acho que é melhor nos separarmos e eu ir tocar minha música em outro lugar com todos os meus preconceitos burgueses de fidelidade.
Espero que a partida seja feliz e espero nunca mais voltar.
Diego, houve dois grandes acidentes na minha vida: o bonde e você. Você sem dúvida foi o pior deles.
Pintar completou minha vida. Perdi três filhos e uma série de outras coisas, que teriam preenchido minha vida pavorosa. Minha pintura tomou o lugar de tudo isso. Creio que trabalhar é o melhor.
Não estou doente. Estou partida. Mas me sinto feliz por continuar viva enquanto puder pintar.
A mim já não me resta a menor esperança, tudo se move ao compasso do que encerra a pança...
Eu vou mal e irei pior ainda, mas aprendo pouco a pouco a ser só, e isso já é alguma coisa, uma vantagem, um pequeno triunfo.
Quando você vier, pelo amor de Deus, traga-me algo para ler, porque cada dia eu me torno mais ignorante.
E a sensação nunca mais me deixou, de que meu corpo carrega em si todas as chagas do mundo.
Se existe vida após a morte, não me esperem, porque eu não vou.
Estou pintando um pouco, sinto que aprendi algo e estou menos estúpida do que antes.