Nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida.
Saramago
País: Portugal
Tipo: Escritor(a), Poeta
Das habilidades que o mundo sabe, essa ainda é a que faz melhor: dar voltas.
O difícil não é viver com as pessoas, o difícil é compreendê-las.
Um escritor é um homem como os outros: sonha. E o meu sonho foi o de poder dizer deste livro, quando terminasse: 'Isto é um livro sobre o Alentejo'.
Em rigor, não tomamos decisões, são as decisões que nos tomam a nós.
Duas fraquezas não fazem uma fraqueza maior, fazem uma força nova.
Estamos usando nosso cérebro de maneira excessivamente disciplinada, pensando só o que é preciso pensar, o que se nos permite pensar.
Não é a pornografia que é obscena, é a fome que é obscena.
Na morte a cegueira é igual para todos.
Mesmo que a rota da minha vida me conduza a uma estrela, nem por isso fui dispensado de percorrer os caminhos do mundo.
Quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou quando nela estiver.
Fizemos dos olhos uma espécie de espelhos virados para dentro, com o resultado, muitas vezes, de mostrarem eles sem reserva o que estávamos tratando de negar com a boca.
A propósito, não resistiremos a recordar que a morte, por si mesma, sozinha, sem qualquer ajuda externa, sempre matou muito menos que o homem.
Se não formos capazes de viver inteiramente como pessoas, ao menos, façamos tudo para não viver inteiramente como animais.
Se começássemos a dizer claramente que a democracia é uma piada, um engano, uma fachada, uma falácia e uma mentira, talvez pudéssemos nos entender melhor.
O tempo psicológico não corresponde ao tempo matemático.
Obrigado por teres posto a tua mão sobre a minha.
Se sou pessimista é porque o mundo é péssimo, só isso.
A morte conhece tudo a nosso respeito, e talvez por isso seja triste.
Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa somos nós.
O que as vitórias têm de mau é que não são definitivas. O que as derrotas têm de bom é que também não são definitivas.
Há uma pergunta que me parece dever ser formulada e para a qual não creio que haja resposta: que motivo teria Deus para fazer o universo? Só para que num planeta pequeníssimo de uma galáxia pudesse ter nascido um animal determinado que iria ter um processo evolutivo que chegou a isto?
Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito de estufa, do tratamento do lixo às congestões do tráfego, tudo se discute neste nosso mundo. Mas o sistema democrático, como se de um dado definitivamente adquirido se tratasse, intocável por natureza até à consumação dos séculos, esse não se discute.
Por causa e em nome de Deus é que se tem permitido e justificado tudo, principalmente o mais horrendo e cruel.
Por que, para que e, a mais importante, para quem, são as três perguntas fundamentais que deveríamos fazer ao primeiro-ministro, ao professor, ao pai, ao filho, quase a propósito de tudo o que ocorre. O problema é que isso dá um pouco de trabalho.
A maior dificuldade para chegar a viver razoavelmente no inferno é o cheiro que lá há.
As coisas que parecem ter passado são as que nunca acabam de passar.
O acaso não escolhe, propõe.
Cada segundo que passa é como uma porta que se abre para deixar entrar o que ainda não sucedeu.
Talvez as lágrimas não sejam mais do que isso, o alívio de uma ofensa.
Abençoem-se um ao outro, é quanto basta, pudessem todas as bênçãos como essa ser.